Tecnologia inédita aumenta eficiência da distribuição de água na bacia do Paraopeba

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Divulgação/Vale

A interrupção da captação de água no rio Paraopeba, recomendada pelo Igam em 2019 no trecho de 250 km entre Brumadinho e Pompéu, demandou à Vale o desafio de criar um sistema para otimizar a logística e melhorar a gestão do processo de distribuição de água potável às comunidades diretamente atingidas.

A empresa já entregou mais 1,2 bilhão de litros de água para consumo humano, irrigação e consumo dos animais (dados de maio). Os números dessa operação, que acontece sem interrupção desde fevereiro de 2019, dão conta do desafio: a entrega de água de qualidade é realizada em 16 municípios da bacia do Paraopeba, em cerca de 620 pontos de entrega.

Além disso, cada ponto de entrega tem uma periodicidade e volume personalizado, respeitando as individualidades e necessidade de cada atingido, o que torna ainda mais desafiadora a gestão de todo esse processo. São 62 caminhões-pipa e 100 motoristas trabalhando em turnos de revezamento, percorrendo uma média de 12,4 mil km por dia. Para apoiar e sustentar todo esse trabalho, a Vale se apropria de uma tecnologia inédita.

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Rastreabilidade de todo o processo

O sistema também permite rever o trajeto de dias anteriores, onde cada caminhão passou e monitorar a logística de distribuição de água em tempo real, garantindo a rastreabilidade de cada etapa do processo e uma logística mais ágil e eficaz para as pessoas impactadas. Todos esses registros geram relatórios, que permitem analisar o histórico de entregas por família, que contribui para que a Vale revise rotineiramente os volumes adequados para cada situação.

Na prática, os motoristas fornecem, por meio de um computador de bordo instalado em todos os 62 caminhões-pipa, informações de localização, status de cada entrega, condições da estrada e outros dados relevantes sobre o dia de trabalho. Essa rotina é acompanhada online por uma central de controle, que organiza a programação das entregas de água e acompanha se tudo está sendo feito conforme o planejado.

“A tecnologia nos ajuda a atender de forma muito mais ágil alguma demanda emergencial, por exemplo de alguém que teve um pico de consumo e terminou sua água entes do dia programado e tem urgência em receber água. Nós conseguimos localizar qual motorista está mais próximo daquela pessoa e direcionar a água para o atendimento emergencial. Dessa forma, avançamos em nosso compromisso em garantir que o recurso não falte nas casas das pessoas atingidas”, comenta Josué Antônio Silva, analista da Coordenação Agropecuária da Vale.

Segurança e confiabilidade a bordo

O sistema contribuiu diretamente para a diminuição do número de questionamentos relacionados à essa medida de reparação. “Hoje, contamos com um sistema que oferece confiabilidade para essa demanda essencial. Conquistamos a credibilidade junto ao atingido de que a água irá chegar, conseguimos estimar o tempo de chegada do caminhão em cada propriedade com precisão”, complementa Josué.

A segurança no trânsito é outra prioridade do serviço, que orienta os motoristas sobre uma boa conduta, garantindo que os caminhões-pipa trafeguem com foco na direção defensiva, respeitando os limites de velocidade e as demais regras de trânsito. “Toda vez que o motorista termina uma viagem, ele tem a liberdade de tratar com seu gestor imediato e com a equipe de fiscalização. Esse canal é aberto com a gestão da Vale sobre qualquer evento que possa ter ocorrido durante o dia. Essa abordagem do cuidado ativo genuíno aumenta a proteção do próprio motorista e de quem interage com ele no trânsito”, afirma Josué.

Os números da distribuição de água na bacia do Paraopeba

Divulgação/Vale

A estratégia de distribuição do recurso já entregou 1,2 bilhão de litros de água para uso doméstico, irrigação e dessedentação animal. Antes de cada entrega, o motorista mede o teor de cloro da remessa. Uma empresa de auditoria técnica independente contratada para atender ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) também faz análises como contraprova. Até o momento, 100% das amostras estavam em conformidade com as legislações.

As condições de armazenamento de água também têm sido aprimoradas. Nessa frente, moradores da região já receberam 1.712 novas caixas d’água e 195 bombas hidráulicas. Além disso, 716 propriedades passaram a contar com interligação hidráulica. Os municípios impactados também receberam 360 captações de recursos hídricos, superficiais e subterrâneas (poços), além de sistemas de tratamento de água para adequação aos padrões de potabilidade.

Com a medida, a Vale reforça seu compromisso com a entrega de projetos que contribuam para que as pessoas impactadas retomem suas rotinas. Em caso de dúvidas, as pessoas também podem procurar nosso canal de atendimento para a comunidade pelo telefone: 0800-0310831.

Recuperação do rio Paraopeba

A Vale segue trabalhando em ações que permitirão a recuperação do rio Paraopeba e da biodiversidade impactada nas frentes de contenção, remoção e destinação do rejeito, atividades essenciais para que as águas do Paraopeba retornem às suas condições anteriores ao rompimento.

A análise conjunta dos parâmetros ferro total e manganês total, elementos que podem ser correlacionados de maneira direta ao rompimento, demonstra que a qualidade da água está em fase de transição, com uma progressiva redução das concentrações entre os períodos chuvosos e de estiagem em determinados pontos quando comparados 2019 e 2020. É importante destacar que a melhora, atualmente, depende do trecho, ponto, parâmetro e referência de comparação.