A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu preventivamente, na quinta-feira (21), um homem de 44 anos suspeito de cometer tortura e racismo contra um homem negro, de 45 anos, portador de sofrimento mental, na cidade de Itaúna, região Centro-Oeste do estado. O caso gerou comoção nacional após a divulgação de um vídeo no Dia da Consciência Negra.
Na gravação, o suspeito oferece R$ 10 à vítima, que vive em situação de rua, para agredi-la. Em seguida, ele o açoita com um cinto por três vezes, enquanto outra pessoa filma o ato. O investigado, que já possui antecedentes por furto e violência doméstica, foi localizado pela Polícia Militar e conduzido à delegacia.
Segundo o delegado Leonardo Pio, responsável pelo caso, a Polícia Civil agiu imediatamente após tomar conhecimento do ocorrido. “Desde as primeiras horas do dia, identificamos os envolvidos e representamos pela prisão preventiva, que foi cumprida com sucesso”, afirmou.
A vítima foi ouvida e acolhida pela equipe policial. Além disso, o homem que gravou o vídeo, de 32 anos, também foi intimado a prestar depoimento. Ele alegou que não conhecia os envolvidos e teria registrado a cena a pedido do suspeito, com a intenção de postar nas redes sociais.
Durante o depoimento, o suspeito afirmou que o vídeo foi gravado há cerca de 15 dias e que estava sob efeito de drogas no momento. Ele classificou o episódio como uma “brincadeira” que teria acontecido com o consentimento da vítima.
Repercussão e responsabilização
O chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, delegado Flávio Tadeu Destro, enfatizou a gravidade do crime. “Essa gravação expõe uma violência física e psicológica contra uma pessoa em situação de extrema vulnerabilidade. Vamos garantir a responsabilização de todos os envolvidos.”
O suspeito está detido no sistema prisional e segue à disposição da Justiça. Ele poderá responder pelos crimes de tortura e racismo, enquanto o autor da filmagem também é investigado.