
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nesta quarta-feira (1º), em Caldas Novas (GO), um homem de 67 anos investigado por estupro de vulnerável. Alvo de apuração em Belo Horizonte, ele foi localizado na companhia da vítima, uma adolescente de 13 anos, em ação conjunta com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (Ficco/MG) e a Polícia Militar de Goiás.
De acordo com o delegado Rodolfo Rabelo, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o investigado se aproximou da família oferecendo ajuda financeira e apoio em tratamentos de saúde. Com o aval da avó — detentora da guarda —, convenceu os familiares a permitir a convivência da adolescente em sua casa. “A investigação mostrou que o suspeito manipulava o contexto familiar para naturalizar uma relação criminosa com a vítima”, afirmou.
As apurações indicam que a adolescente chegou a ser encaminhada para um abrigo, mas fugiu poucos dias depois e voltou a se encontrar com o investigado.
A investigação começou após denúncia recebida pelo Conselho Tutelar do Barreiro, em Belo Horizonte. Segundo a delegada Larissa Mayerhofer, chefe da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), ficou caracterizada situação de “adultização” — quando se exige de uma adolescente conduta incompatível com a idade. “É um caso gravíssimo, que escancara o risco de impor à vítima um papel de companheira”, destacou.
Com a troca de informações entre as forças de segurança de Minas e de Goiás, o endereço do suspeito foi identificado. Além do mandado de prisão preventiva, ele foi preso em flagrante na companhia da vítima. “A integração entre os órgãos foi decisiva para a localização rápida do investigado e a proteção da adolescente”, reforçou o delegado Rabelo.
Repressão
Na coletiva desta quinta-feira (2), na sede do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), a delegada Danúbia Helena Quadros enfatizou o compromisso da PCMG na apuração de crimes sexuais contra crianças e adolescentes. “A ignorância ou o contexto social não justificam condutas criminosas. Crianças e adolescentes têm o direito de brincar, estudar e fazer escolhas livres, independentemente de sua condição socioeconômica”, afirmou.
O suspeito foi encaminhado ao sistema prisional. A adolescente está sob acompanhamento da rede de proteção. As investigações continuam para apurar eventual responsabilidade de familiares que, de alguma forma, tenham consentido ou favorecido a situação.



