O cantor e compositor Milton Nascimento prestou uma emocionante homenagem ao amigo e parceiro musical Lô Borges, que morreu neste domingo (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte. O artista estava internado desde o dia 17 de outubro no Hospital Unimed, onde faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos causada por uma intoxicação medicamentosa.
Por meio de suas redes sociais, Milton lamentou a perda do músico, com quem formou uma das parcerias mais marcantes da música popular brasileira. “Lô Borges foi – e sempre será – uma das pessoas mais importantes da vida e obra de Milton Nascimento. Foram décadas e mais décadas de uma amizade e cumplicidade lindas, que resultaram em um dos álbuns mais reconhecidos da música no mundo: o Clube da Esquina”, diz o texto publicado no perfil do artista.
A mensagem também ressalta a importância de Lô para a cultura brasileira. “Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes, e o Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos. Desejamos muito amor e força à família Borges, a qual acolheu Bituca em sua chegada a Belo Horizonte”, completou a publicação.
A amizade entre Milton e Lô começou ainda na infância, quando Bituca tinha 20 anos e o então garoto de 10 morava no mesmo prédio, em Belo Horizonte. Anos depois, em 1972, a parceria entre eles resultou no icônico álbum Clube da Esquina, que revolucionou a MPB ao misturar influências que iam de Beatles e jazz à música mineira e ao samba. O disco reuniu nomes como Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Flávio Venturini, Toninho Horta, Wagner Tiso e Novelli, e trouxe clássicos como Tudo o Que Você Podia Ser, O Trem Azul e Cravo e Canela.
Ativo até recentemente, Lô Borges lançou o álbum Tobogã, em 2024, reafirmando sua vitalidade criativa e seu compromisso com a arte. Sua trajetória deixa um legado inestimável para a música brasileira, marcada pela sensibilidade, pela originalidade e pela força das melodias que atravessaram gerações.
