Identificada mais uma das vítimas da tragédia em Brumadinho; mecânico tinha 55 anos e trabalhava numa terceirizada da Vale

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Arquivo/PCMG

Nesta quarta-feira (10), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) trouxe alento a mais uma família que aguardava pelo reconhecimento de seu ente querido. Um homem, de 55 anos à época da tragédia do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, foi identificado hoje por meio de exames de DNA, após 1.021 dias de missão.

O mecânico Uberlandio Antônio da Silva, natural de Linhares (ES), foi localizado pelo Corpo de Bombeiros Militares no último dia 2 de outubro, quando foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLAR), em Belo Horizonte.

Conforme destaca a diretora do Instituto de Criminalística (IC) da PCMG, perita criminal Carla Vieira, trata-se de um trabalho minucioso e complexo desde a fase inicial. “Seguimos um protocolo técnico para identificar de forma qualificada e com confiabilidade essas joias, para assim trazer uma resposta às famílias”, diz.

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Procedimentos

No IMLAR foram realizadas tentativas de identificação por meio de arcada dentária. Contudo, foi necessário encaminhamento do corpo para o IC, onde, após inúmeros exames de confirmação, os peritos criminais constataram a identidade. “É um processo que pode levar um tempo porque temos de repetir os exames várias vezes, comparando com o material genético dos familiares, até termos a certeza de que se trata daquele indivíduo”, explica o perito criminal Higgor Dornelas.

Ainda de acordo com Dornelas, o procedimento rigoroso atesta que se trata de uma nova identificação e não uma reidentificação, como pode ocorrer em muitos casos. “Até o momento, já analisamos mais de mil amostras e continuamos trabalhando com outros 20 a 30 materiais”, adianta.

A perita criminal Ângela Romano, que esteve no ponto de localização do corpo para os exames iniciais, afirma que, em muitos casos, objetos e vestuários particulares podem dar indicativos para a identificação formal, o que tende a ser mais raro na atual fase de resgate. “As roupas, adereços, alianças e outros elementos de uso pessoal que as famílias nos informam podem sim indicar uma possível identificação. Contudo, sempre obedecemos às três fases de reconhecimento: impressão digital, odontologia legal e, por fim, exame de DNA”, esclarece.

Esta é a 263ª identificação realizada pela Polícia Civil. Restam sete joias a serem identificadas.