IBGE atualiza ranking dos nomes e sobrenomes mais comuns no Brasil; veja os mais populares em Betim

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Marcello Casal / Agência Brasil

O Brasil segue sendo o país das Marias, dos Josés e dos Silvas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, nesta terça-feira (4), a segunda edição do levantamento Nomes no Brasil, atualizado com os dados do Censo Demográfico 2022. A principal novidade da nova versão é a inclusão dos sobrenomes, que ampliam o retrato cultural e histórico da população brasileira.

De acordo com o levantamento, entre quase 130 mil nomes próprios registrados, Maria e José continuam liderando o ranking nacional, mantendo a hegemonia já observada na primeira edição, baseada no Censo 2010. Já entre os mais de 200 mil sobrenomes contabilizados, Silva aparece em destaque, presente na identificação de 16,76% dos brasileiros.

Em Betim, seguindo a tendência nacional, Maria e José também lideram a lista de nomes mais escolhidos. Em segundo lugar aparecem Ana e João, seguidos por Júlia e Lucas em terceiro, Alice e Pedro em quarto, e Laura e Gabriel em quinto.

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O portal Nomes no Brasil permite explorar as informações de forma interativa, possibilitando a consulta por gênero, período de nascimento e letra inicial. Também é possível gerar rankings por estados e municípios. “A versão anterior foi um sucesso absoluto e inesperado de público. Agora, quisemos não apenas atualizar o site com dados do censo mais recente, mas acrescentar novas dimensões para se explorar”, destacou Rodrigo Almeida Rego, gerente de Inovação e Desenvolvimento do IBGE e responsável pelo projeto.

Além dos rankings, o site exibe dados sobre a quantidade total de pessoas registradas com cada nome, a distribuição geográfica e uma linha do tempo com a frequência por década. O sistema também apresenta a idade mediana de cada nome, permitindo identificar tendências de popularidade ao longo das gerações.

Nomes mais comuns e curiosidades regionais

A pesquisa revela curiosidades sobre a concentração de nomes em diferentes regiões. Em Morrinhos e Bela Cruz, no Ceará, cerca de 22% da população se chama Maria. Já em Santana do Acaraú, também no estado, uma em cada dez pessoas atende por Ana. Em Buriti dos Montes (PI), o nome Antônio representa 10% dos habitantes. Entre os sobrenomes, “Santos” aparece em 43,38% dos registros em Sergipe, enquanto “Silva” domina em Alagoas (35,75%) e Pernambuco (34,23%).

De Osvaldo e Terezinha a Gael e Helena

O levantamento também mostra como os nomes refletem transformações culturais e de época. Nomes tradicionais como Osvaldo e Terezinha, com idades medianas de 62 e 66 anos, vêm perdendo espaço para os mais recentes Gael e Helena, com idades medianas de 1 e 8 anos, respectivamente. A ferramenta permite visualizar o surgimento e declínio desses nomes ao longo das décadas.

Onomástica e Nomes no Mundo

Adeilson Andrade

Outra seção do site é dedicada à Onomástica, o estudo dos nomes próprios, oferecendo curiosidades e análises sobre como os nomes revelam aspectos culturais e sociais da sociedade. A nova edição também inclui o mapa interativo Nomes no Mundo, que mostra os nomes e sobrenomes mais comuns em cada país e sua ocorrência no Brasil. É possível, por exemplo, ver que o sobrenome chinês Wang é utilizado por 1.513 brasileiros, enquanto os nomes bolivianos Juan e Juana aparecem 67.908 e 3.113 vezes, respectivamente.

Sigilo e metodologia

Para garantir o sigilo estatístico, o IBGE oculta nomes com menos de 20 registros ou distribuições geográficas com incidência muito baixa. Os dados têm como base as listas de moradores dos domicílios em 1º de agosto de 2022, e os nomes foram contabilizados conforme a grafia declarada — sem padronização de acentos ou variantes como “Luis” e “Luiz”.

A primeira edição do Nomes no Brasil foi lançada em 2016, com base no Censo 2010. Agora, com o Censo 2022, o IBGE amplia a compreensão sobre os nomes que formam a identidade de um país diverso — e repleto de Marias, Josés, Silvas e Santos.