Betim celebra o 27º Concerto Contra o Preconceito, o evento terá shows de Chama Chuva e Danilo Reis & Rafael

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Divulgação

No mês de janeiro, diversas organizações em todo o mundo se unem em uma campanha global por um mundo livre da hanseníase. Em Betim, para marcar a luta contra o preconceito e combater a doença será realizado o 27º Concerto Contra o Preconceito, entre os dias 21 e 26, na Colônia Santa Isabel.

O tradicional evento, que relembra um importante período da história do município, é promovido pela Prefeitura, por meio da Fundação Artístico-Cultural de Betim (Funarbe), em parceria com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan Betim), a Associação de Moradores da Colônia Santa Isabel e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Para o Presidente da Funarbe, Dudu Braga, muito mais que uma festa, o Concerto Contra o Preconceito conta para as gerações atuais histórias que fazem parte da memória dos moradores da Colônia Santa Isabel. “É com muita alegria que realizamos o 27ª Concerto Contra o Preconceito, que terá diversas atividades, que trazem bem estar, promovem a região e aumentam a autoestima dos moradores da Colônia. Além disso, a festa traz um alerta à população sobre a hanseníase e é um importante movimento de combate ao preconceito”, afirmou Dudu Braga.

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Além dos shows musicais, que serão realizados nos dias 25 e 26, atividades culturais, sociais e de educação em saúde serão promovidas na Semana Municipal de Combate ao Preconceito e Ações em Hanseníase, a partir da terça-feira, 21.

As ações foram preparadas para esclarecer a população sobre a doença, que tem cura e, se tratada precocemente, não deixa sequelas. Além de chamar a atenção sobre o preconceito, que ainda sofrem os antigos moradores da Colônia Santa Isabel, que foi uma das maiores colônias de hanseníase do país.

De acordo com o coordenador do Morhan Betim, José Roberto de Oliveira, o Concerto Contra o Preconceito é de suma importância para que as pessoas conheçam a história da Colônia Santa Isabel, além de se informarem sobre a hanseníase. “O concerto abre as portas da Colônia para fazer a integração com a comunidade, mostrando que não há porque ter preconceito. Essa é a maior grandeza do evento”, afirmou José Roberto.

Confira a programação e participe:

DIA 21 DE JANEIRO

8h

Café da Memória – Local: Centro de Memória e Ação em Hanseníase Luiz Verganim

 

Abertura da Exposição Tributo á Roberto Pereira – Betão – Local: Centro de Memória Luiz Verganim

DIA 22 DE JANEIRO

9 h

Blitz Educativa sobre hanseníase – Local: Centro de Betim, no cruzamento das avenidas Governador Valadares e Amazonas.

18h30

Cine Funarbe – Local: Praça da Matriz da Colônia Santa Isabel

 

DIA 24 DE JANEIRO

9h às 17h

Seminário Desafios da Hanseníase: Passado, presente e Futuro – Local Centro de Memória e Ação em Hanseníase Luiz Verganim

14h

Forró Sem Preconceito (Terceira Idade)

19 h

Apresentação teatral do Grupo Akawan – Uma história em 4 destempos – Local: Cine Teatro Gloria

Cine Funarbe – exibição do documentário “Filhos Separados pela Injustiça” – Local: Cine Teatro Glória

 

Dia 25 de Janeiro

7h

Caminhada com o grupo Guerreiros das Gerais do Bandeirinhas à Colônia Santa Isabel – Local de concentração: rotatória do Verdurão, no Bairro Bandeirinhas

18h

Shows na Praça da Matriz da Colônia Santa Isabel

19h30 – Tony e Helton

21h – Danilo Reis e Rafael

 

Dia 26

8h

Missa em Ação de Graças às pessoas acometidas pela hanseníase – Local: Paróquia de Santa Isabel

10h

Passeio Ciclístico Sem Preconceito – Local de concentração: Praça da Matriz da Colônia Santa Isabel

14 h

Torneio de Truco Sem Preconceito

15h

Grito de carnaval sem preconceito – apresentação dos grupos Unidos do Liberato e Cueca do Avesso – Local: Praça da Matriz da Colônia Santa Isabel

16h

Shows na Praça da Matriz da Colônia Santa Isabel

16h – Grupo Obsessão

17 h – Amantes do Samba

19h30 – Chama Chuva

21h30 – Lucas Barbosa

A Colônia Santa Isabel

Foto: Anselmo UBL

Construída como alternativa para o controle da hanseníase, crescente no Brasil na década de 1920, a Colônia Santa Isabel recebia pacientes portadores da doença do Estado de Minas Gerais e de outras regiões do país. Por meio da ação de “médicos caçadores”, os enfermos eram isolados do convívio social, separados de suas famílias e internados compulsoriamente no hospital, inaugurado em 1931.

Mais tarde, próximo à Colônia, surgiu o bairro Citrolândia, criado especialmente para abrigar familiares dos pacientes. Por vários anos, os moradores da região sofreram com o preconceito. Somente no fim da década de 1980, com a mudança da política nacional em relação às 33 colônias de hansenianos existentes no Brasil, os pacientes receberam alta e os portões da Colônia Santa Isabel foram abertos.

 

Sobre a Hanseníase

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença.

Conhecida anteriormente como lepra, a doença passou ser denominada hanseníase pelo MS a partir de 1976, como forma de minimizar o preconceito atribuído à doença.

A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Ela ataca os nervos periféricos, a pele e a mucosa nasal, podendo também afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos, levando a sérias incapacidades físicas. Em estágio avançado, pode causar lesões que são as principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

A forma de transmissão é por meio do contato contínuo com gotículas expelidas pelo doente pelas vias respiratórias. Os principais sintomas são pequenas manchas de cor esbranquiçada ou avermelhada, com a diminuição da sensibilidade e dormência.

O tratamento da hanseníase é oferecido pelo SUS gratuitamente e, logo quando iniciado, a transmissão é interrompida. E, se realizado de forma completa e correta, o tratamento garante a cura da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos novos da hanseníase. Em razão da alta incidência, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Betim, foram registrados 6 casos de hanseníase em residentes no município em 2019.

Casos de hanseníase notificados em Betim
Ano de DiagnósticoNúmero de casos
201512
20167
201716
201817
20196
Fonte: Vigilância em Saúde/SMS Betim. Dados atualizados até 9 de janeiro de 2020, sujeitos a alteração.