Colônia Santa Izabel recebe 24º Concerto Contra o Preconceito

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Janeiro é um mês especial para a comunidade da Colônia Santa Isabel, localizada na região do Citrolândia, em Betim. Nesta época é celebrado o Concerto Contra o Preconceito, que comemora a diminuição da discriminação da Hanseníase e relembra um importante período da história de Betim. Em sua 24ª edição, o evento tem como tema “Resgatando História e Memória da Colônia Santa Isabel” e será realizado entre os dias 22 e 29 de janeiro, em diversos espaços da Colônia. Uma programação com atividades culturais, esportivas, sociais e educativas foi preparada para esclarecer a população sobre a doença, que é transmissível, mas que tem cura e, se diagnosticada precocemente, não deixa sequelas.

A tradicional festividade é organizada pela Prefeitura de Betim, por meio da Fundação Artístico-Cultural de Betim (Funarbe) e da Associação Comunitária da Colônia Santa Isabel, com o apoio do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan – Betim) e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Para o presidente da Funarbe, Dudu Braga, “o Concerto Contra o Preconceito tem grande importância não só para os moradores da região do Citrolândia, como para toda a cidade de Betim. Muito mais do que uma festa, esse evento promove a conscientização sobre a Hanseníase e contribui diretamente, através da informação e da cultura, para a eliminação do preconceito contra a doença”, diz.

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Colônia Santa Isabel
 
Construída como alternativa para o controle da hanseníase crescente no Brasil da década de 1920, a Colônia Santa Isabel recebia pacientes portadores da doença de Minas e de outras regiões do país. Por meio da ação de “médicos caçadores”, os enfermos eram isolados do convívio social e internados no hospital, inaugurado em 1931.

Mais tarde, próximo à Colônia, surgiu o bairro Citrolândia, criado especialmente para abrigar familiares dos pacientes. Por vários anos, os moradores da região sofreram com o estigma do preconceito. Somente no fim da década de 1980, com a mudança da política nacional em relação às 33 colônias existentes no Brasil, os pacientes receberam alta e os portões de Santa Isabel foram abertos.

Desde então, a antiga Colônia se transformou em uma região de diversidade cultural, que reúne desde clubes de futebol a barzinhos e salões para dança. Há 17 anos, moradores de várias regiões de Betim se unem à comunidade local para comemorar a diminuição da discriminação e relembrar esse importante período da história da cidade e do país.